Nota de Pesar Dr. José Eduardo Morais Rego Sousa
Nascido em 30 de janeiro de 1934, no município de Pedreiras, região central do Estado do Maranhão, José Eduardo Morais Rego Sousa graduou-se na Faculdade de Medi-cina da Universidade Federal de Pernambuco em 1958, vindo em seguida para o Instituto de Cardiologia do Estado de São Paulo (futuro Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia), onde fez parte da primeira turma de residentes desta instituição.
Em 1962 foi para os Es-tados Unidos passar um ano no Children’s Hospital da Harvard University, em Boston para aprofundar os conhecimentos em cardiologia pediátrica e doenças congênitas. Quando retornou ao Brasil e ao instituto, em 1963, realizou os primeiros estudos hemodinâmicos.
Antes de regressar ao exterior pela segunda vez para consolidar sua formação, con-quistou, em 1966, aos 32 anos, o doutorado pela Universidade de São Paulo, sendo aquela a primeira tese desenvolvida no Instituto de Cardiologia. Naquele mesmo ano foi para a Cleveland Clinic, onde aprendeu com Mason Sones sobre cinecoronariografia, uma nova técnica desenvolvida por este americano, que representou um marco no desenvolvimento da cardiologia. “Eu passei lá quase um ano e voltei para o Brasil para fazer a primeira co-ronariografia do País no Dante Pazzanese, em novembro de 1966”, relembrou dr. Eduardo.
Após seu retorno da Cleveland Clinic, afastou-se da cardiologia pediátrica e pas-sou a se dedicar ao cuidado de adultos com doença coronária. Nesta escalada profissio-nal, obtém a livre-docência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 1974, e já neste período se torna uma das referências da especialidade. Em meados de 1975, tem papel fundamental na criação do Departamento de Hemodinâmica e Angiocardio-grafia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, ao lado de outros pioneiros, como Pierre Labrunie e Siguemituzo Arie. Mantendo-se sempre na vanguarda, dr. Eduardo Sousa se tornaria, em 1987, o primeiro no mundo a implantar um stent de Palmaz-Schatz em um humano, e 12 anos depois (1999-2000), conquistaria de novo o pioneirismo mundial, ao implantar os primeiros stents farmacológicos em um grupo de 30 pessoas, dentro do Instituto Dante Pazzanese, do qual foi diretor técnico entre 1983 e 2004. Publicou mais de 550 artigos em revistas nacionais e internacionais. Apresentou mais de 750 trabalhos em congressos internacionais e mais de 1700 em nacionais Participou como palestran-te convidado em mais de 350 conferências, 430 mesas redondas, no País, nos Estados Unidos, na Europa, no Japão, Índia, China, Austrália, Coreia do Sul e em países sul-ame-ricanos. Estas produções científicas lhe garantiram projeção internacional e uma série de prêmios e homenagens mundo afora. Atualmente é chefe do Serviço de Cardiologia Intervencionista do Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio e, desde 10 de abril de 2007, é membro titular da Academia Nacional de Medicina, ocupando a cadeira 9, cujo patrono é Miguel de Oliveira Couto.
- Data: 14/03/2022
- Autor: DIC - Fonte: DIC